Espaço online do Jornal O Pardal.
Jornal de Circulação na Praia do Cassino / Rio Grande / RS.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL. "VAMOS CUIDAR DA NOSSA PRAIA"

POLUIÇÃO AMBIENTAL

Nove entre dez aves marinhas de todo o mundo já ingeriram plástico

12 de setembro de 2015 às 6:40

(da Redação)
Filhote de albatroz em meio a lixo em Midway Atoll, no norte do Pacífico. Foto: Kris Krüg/Flickr
Filhote de albatroz em meio a lixo em Midway Atoll, no norte do Pacífico. Foto: Kris Krüg/Flickr
O lixo plástico não está apenas se acumulando nos oceanos por todo o planeta. Ele também está cada vez mais se empilhando em lugares vulneráveis: dentro do estômago de aves marinhas, de albatrozes e pinguins, que confundem o lixo indigerível com comida. As informações são da Mother Nature Network.
Em 1960, menos de 5 por cento das aves marinhas apresentavam evidência de plástico em seus estômagos. Isso aumentou para 80 por cento em 2010, e agora a taxa subiu para 90 por cento.
A informação foi obtida de acordo com um novo estudo, liderado por pesquisadores da Comunidade Científica da Austrália e da Organização de Pesquisa da Comunidade Industrial (CSIRO), que analisa os riscos com base na distribuição de padrões de detritos marinhos em uma faixa de 186 espécies de aves marinhas, e em estudos de ingestão de plástico por aves conduzidos entre 1962 e 2012.
O estudo não só sugere que 90 por cento das aves marinhas atualmente vivas já ingeriram plástico de algum tipo, como também prevê, baseado em tendências atuais, que 99 por cento dessas espécies de todo o planeta serão atormentadas pela ingestão de plástico dentro de 35 anos.
“Pela primeira vez, nós temos uma previsão global do alcance dos impactos do plástico em espécies marinhas – e os resultados são assustadores”, disse o autor do estudo e cientista da CSIRO, Chris Wilcox, em um comunicado. “Nós constatamos, usando observações históricas, que 90 por cento das aves marinhas já comeram plástico. Essa é uma quantidade imensa e realmente aponta para a onipresença da poluição por plásticos”.
Albatrozes confundem pedaços de plástico que flutuam nos oceanos com alimentos. Foto: Ben/Flickr
Albatrozes confundem pedaços de plástico que flutuam nos oceanos com alimentos. Foto: Ben/Flickr
O plástico ingerido pelas aves vem de restos de sacolas, tampas de garrafas, embalagens de cigarro e até fibras de roupas sintéticas, dizem os pesquisadores, e grande parte desse lixo termina nos oceanos após ter estado em rios urbanos, esgotos e depósitos de resíduos.
Mas por que os pássaros estariam ingerindo-o? Uma vez que eles não têm tempo para examinar a sua comida antes que ela seja levada pelas águas, muitos evoluíram para rapidamente agarrar alimentos da água enquanto sobrevoam o mar ou nadam. Esta estratégia apresentou poucos riscos para a maioria, mas nos últimos 60 anos houve uma mudança na composição das águas dos oceanos, que passaram a ficar repletas de lixo com o aumento da urbanização e do consumo humanos, acompanhados de seus maus hábitos.
O problema de se alimentar inadvertidamente é sobretudo evidente entre os albatrozes de Laysan, que caçam tocando a superfície da água com os seus grandes bicos. Eles acabam comendo muito plástico desta maneira, parte do qual eles ainda regurgitam para os seus filhotes na areia. Mas, enquanto os adultos podem expelir o lixo não comestível que comeram acidentalmente, os seus filhotes não o podem. Dependendo dos detritos, o estômago do filhote pode se rasgar, ou este pode morrer de inanição por sentir cheio. Evidências desse tipo de infortúnio tornaram-se surpreendentemente comuns em alguns locais, documentadas em fotos comoventes como esta, tirada na região do Midway Atoll:
Filhote de albatroz que foi inadvertidamente alimentado com lixo plástico por seus pais, em 2009. Foto: Chris Jordan/USFWS
Filhote de albatroz que foi inadvertidamente alimentado com lixo plástico por seus pais, em 2009. Foto: Chris Jordan/USFWS
Embora a poluição por plásticos afete as aves marinhas do mundo todo, pesquisadores afirmam que ela tem o impacto mais devastador em lugares de alta biodiversidade. E, de acordo com o seu estudo, os piores efeitos do plástico em oceanos do mundo são observados no Sul, especificamente em uma faixa ao redor das bordas do sul da Austrália, da África do Sul e da América do Sul.
“Estamos muito preocupados com espécies tais como os pinguins e os albatrozes gigantes que vivem nestas áreas”, disse o co-autor do estudo, Erik van Sebille, que é oceanógrafo da Imperial College de Londres.
Esta pesquisa ajuda a iluminar um outro estudo recente, que revela que todas as populações de aves marinhas monitoradas da Terra tiveram uma redução de 70 por cento desde os anos 50 – o equivalente a cerca de 230 milhões de pássaros em apenas 60 anos. Como os autores explicam, esse não é um problema apenas para as aves, mas para todo um ecossistema.
“As aves são particularmente bons indicadores da saúde dos ecossistemas marinhos”, diz Michelle Paleczny, uma pesquisadora da Universidade de British Columbia. “Quando vemos esta magnitude de declínio das aves marinhas, sabemos que há algo de errado com todo o seu sistema. Isso nos dá uma ideia do impacto global como consequência”.
Para reverter ou estancar esse quadro, qualquer ação é válida. Se a retirada do lixo plástico dos oceanos não é possível, pode-se parar de fazê-lo aumentar.
Tipo de lixo comumente encontrado em oceanos, e que vai parar no estômago de aves, entre outros animais marinhos. Foto: Trevor Leyenhorst/Flickr
Tipo de lixo comumente encontrado em oceanos, e que vai parar no estômago de aves, entre outros animais marinhos. Foto: Trevor Leyenhorst/Flickr
Estima-se que 8 milhões de toneladas de plástico vão para os oceanos a cada ano, fato impulsionado pelo crescimento explosivo da produção de plástico comercial, sendo que a quantidade praticamente vem dobrando a cada onze anos  desde os anos 50. Ao refrearmos esse fluxo, os cientistas acreditam que seremos capazes de diminuir a taxa de declínio global das populações de aves marinhas.
“Até mesmo medidas simples podem fazer diferença, como a redução no consumo e no uso de embalagens, a recusa em comprar itens de plástico ou a cobrança de taxas extras pelo seu uso, e a introdução de depósitos para reciclagem”, explica Denise Hardesty, co-autora do novo estudo.
Albatroz de Laysan adulto descansa ao por do sol em Midway Atoll. Foto: Brenda Zaun/USFWS
Albatroz de Laysan adulto descansa ao por do sol em Midway Atoll. Foto: Brenda Zaun/USFWS






Marine litter


Resultado de imagem para lixo nos oceanos e mares
  1.  Vamos aproveitar o verão, porém com respeito aos animais marinhos, pois somos nós os invasores. Devemos proteger nossa fauna marinha, recolhendo nosso lixo e, também, o lixo deixado por alguém descuidado. Vamos colaborar e manter a orla limpa, sem resíduos plásticos. "FELIZ VERANEIO!"